Se os homens querem TANTO a paz, por que todos querem iniciar o ano sob um enorme bombardeio - e com um forte cheiro de pólvora no ar? O que são os fogos de artifÃcio? Historicamente, a pólvora foi inventada pelos chineses no século IX - quando buscavam o “elixir para a imortalidade”... Pode parecer, a princÃpio, irônico, mas não será se atentarmos para o rumo que os homens deram à essa primeira descoberta. A pólvora é composta, em volume, por três partes de carvão vegetal, 15 partes de salitre e 2 partes de enxofre, triturados e misturados. Esta fórmula básica constitui a pólvora negra, que queima de média para baixa velocidade, produzindo um enorme volume de gases quentes na forma de fumaça branca (aquela que todos pelo mundo gostam de se ver envoltos na entrada de ano). Como o ser humano é um animal pouco pacÃfico e muito barulhento, não tardou muito para alguém depositar um pouco de pólvora em um recipiente fechado, colocando depois fogo e obtendo, assim, uma “bela” explosão... Logo o homem intuiu que aquela explosão não deveria servir só para criar barulho e luzes coloridas. Sim, o maravilhoso invento podia ser “aperfeiçoado” para ser usado... nas guerras! E assim teve inÃcio a história das armas de fogo. Não é no mÃnimo intrigante que se queira “invocar” a paz com a ancestral das armas de fogo? Para quem conseguiu sobreviver a um bombardeio como os que ocorreram e continuam a ocorrer no Iraque, há muita semelhança entre aqueles e os que acontecem nas festas em que fogos de artifÃcio são utilizados. Diante da familiaridade entre os fogos de artifÃcio e as armas de fogo - não é intrigante, estranho, esquisito - DISCREPANTE - que se queira tanto “passar o ano” sob um estrondoso bombardeio, um forte cheiro de pólvora, muitas vezes também cercado por uma forte fumaça que irrita os olhos - e, ao mesmo tempo, se proclame que o nosso maior desejo é a paz? Com os lábios dizemos que queremos paz, mas as nossas ações só revelam beligerância. Queremos paz tocando tambores de guerra...
Autor da mensagem: Lia Lopes
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